Saiu no site Rock Brasília
Nos últimos meses a banda tem se apresentado com uma certa frequência nos shows underground da cidade. Qual a experiência obitida e o que mais tem chamado a atenção em toda esta maratona?
Sara Lee: Engraçado. Quando se passa tanto tempo rodando pela cena (seja produzindo shows, seja indo ver, seja tocando) vai se criando a impressão de que tudo mudou (os lugares, as pessoas, as ideologias, as músicas, as modas)... Mas ao mesmo tempo parece tudo igual: a falta de estrutura, a falta de subsídio ao menos para chegar ao local do show, a falta de ligação entre as bandas de diferentes estados, o desvio da verba que deveria ir para as bandas, o monte de covers de bosta que toma lugar das bandas independentes, a desorganização dos eventos, o som ruim, as mesmas bandas tocando nos mesmos lugares, o machismo que impede as mulheres de entrarem no rock... Tocamos no II Encontro HC Extremo Oeste, em Cuiabá/MT, à convite do Sindicatto (uma espécie de cooperativas de bandas que existe por lá) e voltamos com o gás renovado. Esta galera está fazendo algo que dá muito certo: bandas interessadas na cena, preocupadas não só com sua própria banda, mas com o “mundo rock” em geral, se uniu para comprar equipamentos de qualidade, organizar eventos, manter ativas páginas na internet, colocar um programa em uma rádio, fazer intercâmbio com bandas de fora, etc. E uma idéia bem parecida com a do recém formado coletivo Cultcha, de Taguatinga. Estas iniciativas funcionam e vão longe. Quem sabe uma cooperativa com as bandas de/com mulheres aqui do DF? Ia ser foda! Fora isso podemos dizer que nossos shows costumam ser bem animados! Dificilmente as pessoas ficam paradas e quando ficam, é com cara de espanto (risos). A gente acha que é porque as pessoas não esperam um som tão furioso quanto o nosso vindo de mulheres. O machismo do rock nem sempre é quando gritam “gostosa”, mas podemos entender que o próprio espanto, o não esperar tal som de mulheres, é uma forma de demonstração de machismo mesmo que não intencional.
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